Dia do Agricultor: valorização da profissão e sucessão familiar recebem destaque
A cada ano, a data de 28 de julho vem nos lembrar a importância daqueles que garantem a produção de alimentos, movimentam a economia e contribuem com nossa identidade cultural e alimentar. Neste Dia do Agricultor, reiteram-se temas importantes como a geração de renda nas propriedades, sucessão familiar rural, valorização da profissão do agricultor e diferentes espaços e papeis sociais que podem assumir além das porteiras de suas propriedades.
Segundo o último Censo Agropecuário (IBGE), o Rio Grande do Sul possui 365.094 estabelecimentos agropecuários, destes, 59.673 nos 77 municípios da região noroeste e Missões, sendo 84% voltados à agricultura familiar.
Na família Berwaldt e Bergmann, de Rincão dos Souza, interior de Santa Rosa, por exemplo, todos se envolvem de alguma forma com a agricultura. É uma vocação que transcende gerações. Parte do resultado de seu trabalho é exposto na feira do Mercado Público de Santa Rosa, que acontece às segundas, quartas e sextas-feiras. Começou por Valdomiro e Hilda Berwaldt há mais de 30 anos, que fazem parte da história do Mercado Público desde sua criação.
O trabalho do casal teve continuidade pelas mãos da filha, Lizete, e do genro, Vilfrid Bergmann. As sementes lançadas repercutem na jovem Camila Letícia Bergmann, de 19 anos, neta de Valdomiro e Hilda e filha de Lizete e Vilfrid. “Foi virando uma tradição da família ao longo do tempo”, relata Camila.
Um dos aspectos mais importantes da sucessão familiar é o compartilhamento de tarefas na produção de verduras, legumes, frutas, flores e grãos. “Eu, a vó e a mãe plantamos, irrigamos, carpimos, colhemos e organizamos para a feira. O vô limpa o que é colhido e o pai ajuda no serviço mais pesado, como fazer alguns canteiros”, explica Camila.
A presidente da Associação dos Produtores de Hortigranjeiros de Santa Rosa (Aprhorosa), Ester Seide, reitera que o agricultor é um dos principais responsáveis por produzir bens essenciais e alavancar a economia. “Estamos numa região agrícola de pequenas propriedades rurais com potencial de expansão, isso é percebido pela procura de novos clientes, seja presencialmente ou por tele entrega, no mercado público, clientes preocupados com alimentação e saúde”, avalia. Os itens mais procurados atualmente na tele -entrega são cenoura, alface, rúcula e brócolis, além de um aumento da procura de temperos e chás, reiterando que os alimentos da agricultura familiar possuem grande potencial de comercialização e consumo.
Ester também lembra da importância de valorizar a juventude que permanece no meio rural e de incentivá-los a buscar estudo e capacitação para este setor que é cada vez mais importante para a economia, saúde e segurança e soberania alimentar.
Sob esta ótica, o presidente do 34º Encontro Estadual de Hortigranjeiros, Marcos Servat, avalia que “produzir alimentos, gerar riqueza e proporcionar o desenvolvimento são os grandes pilares que os agricultores de todo nosso país proporcionam para a sociedade, em especial os agricultores aqui da nossa região, que através de seus antepassados com muita bravura e superação de desafios criaram novas oportunidades para o nosso desenvolvimento, e hoje aplicam as melhores tecnologias disponíveis para a melhor qualidade dos alimentos”. Ao reconhecer essa importância, o Hortigranjeiros tem a agricultura em sua essência, desde a primeira edição, destacando-se o Pavilhão da Agroindústria e Hortigranjeiros, uma das principais atrações da feira, e eventos temáticos realizados em sua programação.
Foto: José Schafer