Emater aponta déficit em hortigranjeiros no RS
O Rio Grande do Sul apresenta dependência em 49 dos 79 produtos hortigranjeiros consumidos pela população. O saldo faz com precise anualmente importar 832.447 toneladas de outros estados, registrando déficit de R$ 433.138.451,06. O estudo elaborado pela Emater/RS-Ascar no estado aponta que há dependência externa em todos os 10 municípios onde mantém regionais: Bagé, Caxias do Sul, Erechim, Estrela, Ijuí, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria e Santa Rosa. O diagnóstico foi revelado ontem, 10, em Santa Rosa, pelo presidente da Emater/RS, Caio Rocha, que representou o governador Germano Rigotto na abertura oficial do XXI Encontro Estadual de Hortigranjeiros.
A solenidade contou com a presença do prefeito em exercício de Santa Rosa, Carlos Neitzke, do presidente do evento, Celso Antônio Fanfa, do deputado Jerônimo Goergen, representante da Assembléia Legislativa, e de várias autoridades. Também estavam na abertura do encontro o diretor administrativo da Emater/RS, Afonso Hamm, e o diretor técnico, Ricardo Schwarz. Fanfa ressaltou a importância do evento, lembrando que a meta principal é permitir aos pequenos produtores a agregação de valor, bem como permitir a formação de novas lideranças, através da participação comunitária. O deputado Goergen enalteceu a atividade, assinalando que a produção de hortigranjeiros assegura crescimento para a economia estadual, ao mesmo tempo em que permite manter o produtor no meio rural.
O presidente da Emater/RS ressaltou que a maior importação do Estado envolve a carne bovina. Enalteceu as ações do Governo do Estado em favor do desenvolvimento da atividade. E citou, em especial, o programa RS Rural, que contempla agricultores familiares com recursos destinados também para a produção de hortigranjeiros. O presidente da Emater/RS ressaltou que a maior importação do Estado envolve a carne bovina. Com a produção anual de 49.205 toneladas e o consumo de 103.365 toneladas, o déficit de 54.160 toneladas leva o Estado a desembolsar R$ 269.512.151,80. Outro produto que denuncia a grande dependência do Rio Grande do Sul é a batata. A área de 1.519 hectares resulta na produção de 12.645 toneladas para um consumo de 41.903 toneladas. O déficit de 29.257 toneladas obrigada o estado a gastar anualmente R$ 15.473.223,65. Entre as frutas, o destaque negativo fica com o mamão. Na área de apenas um hectare sai a produção de 6 toneladas. O consumo anual dos gaúchos, de 8.876 toneladas, provoca um desembolso anual de R$ 8.869,88, deixando um déficit com a importação de R$ 10.801.784,69. “Se faz necessária a elaboração de um programa de produção integrada”, afirmou.
Caio Rocha aproveitou o tradicional encontro, para relacionar os produtos nos quais o Rio Grande do Sul apresenta auto-suficiência, destacando o leite. Em 13.064 hectares, a bacia leiteira gaúcha se desenvolve em boa parte dos municípios, produzindo 24.398.055 litros. O consumo é de apenas 137.953 litros. Além do leite, a lista de auto-suficiência é formada pelos seguintes produtos: aipim, alho, ameixa, arroz, beterraba, brócolis, carne suína, de aves e de peixe, cenoura, couve-flor, crisântemo, figo, maçã, melancia, morango, nectarina, ovos, pêssego, repolho, rosa, tempero verde, tomate gaúcho, uva e vagem.
O XXI Encontro Estadual de Hortigranjeiros conta com 450 expositores de diversos segmentos. O evento, que se prolonga até domingo, 12, também conta como uma feira de hortigranjeiros e da agricultura familiar, bem como eventos envolvendo floricultura, exposição de gado de corte e de pequenos animais. O acesso é livre ao Parque no Parque de Exposições Alfredo Leandro Carlson.